segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Entrevista Paola Carosella à Revista CONTIGO.



A chef abre a porta de seu apartamento na zona oeste de São Paulo. Está à vontade, com roupas confortáveis e um pouco descabelada. “Por onde quem começar?”. Pergunta a argentina Paola Carosella, 42 anos. A cobertura é decorada com alguns objetos retrôs, muitas plantas e possui uma sala reservada a filha, Francesca, 4, do primeiro casamento, com direito a cabaninha. A musa do MasterChef pede alguns minutos para ajeitar os fios e volta do banheiro cinco minutos depois. Sem base, rímel ou batom. Descalça. Por trás da jurada rígida e superproduzida , está uma Paola quase angelical, simples e brincalhona (e ela continua linda sem maquiagem!). Acompanhe o bate-papo da Contigo! Com a Chef que , de tão tímida, foge dos fãs       , odeia Nutella, e sonha com uma casa no campo para curtir a velhice. A companhia ela já tem, o namorado inglês, o fotografo Jason Lowe, 50, decidiu vir para o Brasil de vez.
Como é sua rotina em São Paulo?
Se não gravo, acordo cedo, levo minha filha à escola e fico entre meus dois restaurantes, Arturito e La Guapa. Tenho zero vida social e quando ando nas ruas, me escondo (risos). Sou muito tímida.


Não tem medo de ser taxada de arrogante pela atitude?

Não sou celebridade, sou uma cozinheira que está fazendo um programa de TV. Gosto de me ver assim para ter os pés no chão. Saio do restaurante à francesa e uma fila da porta fala: “Olhe ela lá”. E eu tipo Lady Di atravessando a rua. Se o programa acabar um dia, posso dizer que tive essa experiência incrível. Aos 42 anos, ter a chance de uma mudança tão radical é um luxo.


E no programa, você se incomoda de ser chamada de grossa?

Não tem como satisfazer todo mundo e sair pedindo desculpa para quem me achou grossa. O programa é um reality com nuances divertidas e extremas , senão seria um tédio. No meu twitter converso mais com as pessoas que me criticam. Os fãs que dizem “Paola, eu te amo”, é fofo e agradeço, mas não quero alimentar uma coisa narcisista. Sou argentina e nosso humor é muito mais ácido do que o do brasileiro. Então às vezes a ironia é confundida com arrogância.

Você namora o fotografo inglês Jason Lowe há um ano e meio. É difícil o relacionamento a distancia?

É uma formula interessante, estou apaixonada. Nós nos falamos todos os dias, por mim três vezes, por semana estaria o suficiente. Nos vemos uma vez por mês. No fim do ano ele virá morar em São Paulo. Queremos comprar uma casa aqui, mas na velhice, o sonho é viver no campo. Ele é o amor da minha vida, e queremos morrer juntos. Pensamos até em ter um filho, mas, quando minha filha me joga almofadas na cabeça e diz que sou chata, penso 15 vezes.



Francesca também gosta de cozinhar?

Outro dia ela falou: “Por que a gente não faz um cordeiro, tempera com alecrim e sal grosso e sem com batatas e ervilhas?”. A Francesca é muito inteligente, mas tem personalidade difícil. É mais fácil lidar com os candidatos do MasterChef (risos).


Você já morou em Nova York, Paris, Uruguai, e California. O que fez você ficar no Brasil?

Estou aqui desde 2000, porque na época recebi o convite de assumir a cozinha do Figueira Rubaiyat. Tinha acabado de perder minha mãe. Depois do termino do contrato, meu pai também faleceu e voltei para Argentina. Então resolvi voltar para cá, e investir em um negócio (Julia Cocina, que durou três anos). Eu me desesperei em vários momentos, mas nunca desisti.


O que não entra no seu cardápio?

Não como nada processado ou químico. Parei com o refrigerante em 1999. Nutella já provei e acho que tem gosto de remédio! Como todo tipo de bicho que seja verdadeiro, o que não inclui nuggets, né? 



OBS: Texto tirado da revista Contigo. 

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